Na comparação com abril de 2017, setor teve alta de 0,6%, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Fonte: Thaís Barcellos, O Estado de S.Paulo 13 Junho 2018 | 09h05
As vendas do varejo restrito registraram alta de 1% em abril, depois do avanço de 0,3% em março, divulgou na manhã desta quarta-feira, 13, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Mensal de Comércio.
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Na comparação com igual mês de 2017, contudo, houve uma desaceleração nítida em relação ao nível de março, que teve alta 6,5%. A atividade creceu 0,6 % em abril nessa comparação. Com o resultado, o setor está há 13 meses em terreno positivo. No acumulado de 2018, as vendas têm alta de 3,4%, e 3,7% no acumulado dos últimos 12 meses.
Varejo
Comparação anual sofreu com data da Páscoa, que movimenta os supermercados e, neste ano foi em março, enquanto em 2017 foi em abril Foto: Wilton Junior/Estadão
De acordo com a gerente da pesquisa, Isabella Nunes, o comércio ainda não recuperou tudo que perdeu em 2015 e 2016. “Mesmo com a melhora observada nos meses de 2018, o comércio, na comparação ajustada sazonalmente, ainda se encontra 6% abaixo do ponto mais alto da série, que foi em outubro de 2014”, explicou.
O resultado veio dentro do estimado pelos analistas. Conforme a pesquisa do Projeções Broadcast, o intervalo ficava entre queda de 0,60% a expansão de 1,30%. A partir do intervalo de 28 expectativas, a mediana era de alta de 0,60%.
Na comparação anual, as previsões variavam de recuo de 4,40% a avanço de 5,70%, com mediana negativa de 0,50%.
A percepção dos economistas consultados na véspera da divulgação é de que, mesmo antes da greve dos caminhoneiros dificultar ou desestimular o consumo, o desempenho do varejo restrito não tinha fôlego.
Contudo, dizem, há uma explicação para a forte desaceleração esperada na comparação com o mesmo mês do ano passado: a Páscoa. A data comemorativa, que movimenta os supermercados, neste ano foi em março, enquanto em 2017 foi em abril.
Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as vendas nos supermercados caíram 5,84% em abril ante igual mês de 2017, quando já descontada a inflação.
"O setor de supermercados representa quase a metade da PMC e será afetada pelo efeito calendário, indicando queda na comparação interanual. Mas, mesmo na margem, a estimativa é de avanço fraco, o que mostra uma recuperação raquítica", explica o economista Caio Napoleão, da MCM Consultores.
A analista Isabela Tavares, da Tendências Consultoria Integrada, já reduziu a estimativa para o varejo restrito no ano, de 3,2% para 2,5%, depois da fraqueza do primeiro trimestre e sem sinal de reação no segundo trimestre, principalmente após paralisação dos caminhoneiros afetar a atividade e a confiança.
"Antes da greve, o varejo não estava bem. Depois da greve então [piorou] com o impacto na entrega de mercadorias, além das incertezas no cenário eleitoral e da recuperação lenta do mercado de trabalho."
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